Arábia Saudita bombardeia porto iemenita e agrava tensões regionais
A escalada de tensões no Médio Oriente ganhou um novo capítulo com o bombardeamento saudita ao porto de Mukalla, no Iémen, numa acção que evidencia as crescentes divisões entre antigos aliados numa região estratégica para o comércio global.
Ataque visa carregamento de armas dos Emirados
Na terça-feira, a Arábia Saudita atacou a cidade portuária iemenita de Mukalla em resposta ao que descreveu como um carregamento de armas proveniente dos Emirados Árabes Unidos, destinado a forças separatistas locais. O ataque marca uma nova escalada nas tensões entre Riad e as forças do Conselho de Transição do Sul, apoiado pelos Emirados.
Segundo comunicado militar saudita, os navios vindos de Fujairah desactivaram os dispositivos de rastreamento e descarregaram "uma grande quantidade de armas e veículos de combate" para apoiar as forças separatistas.
Impacto na estabilidade económica regional
Esta escalada militar ocorre num momento crítico para a estabilidade do Mar Vermelho, uma das principais rotas comerciais mundiais. As forças anti-Houthi declararam estado de emergência e impuseram uma proibição de 72 horas a todas as travessias fronteiriças, excepto aquelas autorizadas pela Arábia Saudita.
O especialista em Iémen Mohammed al-Basha prevê "uma escalada calculada de ambos os lados", com potencial impacto no fluxo de armas e na dinâmica de poder regional.
Rivalidade entre potências do Golfo
O incidente expõe as crescentes tensões entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que apesar de manterem relações estreitas como membros da OPEP, têm competido por influência e oportunidades de negócio nos últimos anos.
Esta rivalidade estende-se além do Iémen, reflectindo-se também no Sudão, onde ambos os países apoiam forças opostas no conflito em curso.
Implicações para o futuro
O bombardeamento de Mukalla, localizada na província de Hadramout, ocorre após o Conselho de Transição do Sul ter tomado controlo da região, expulsando forças apoiadas pela Arábia Saudita. Os separatistas têm hasteado cada vez mais a bandeira do Iémen do Sul, sinalizando aspirações independentistas.
Esta dinâmica regional complexa sublinha os desafios de estabilidade numa área crucial para o comércio internacional e a segurança energética global.