Meta revoluciona modelo publicitário na Europa com nova opção de privacidade
A Meta está prestes a transformar radicalmente a forma como opera na União Europeia, introduzindo uma inovadora terceira opção que promete revolucionar a experiência digital dos utilizadores. Esta mudança estratégica, que entrará em vigor em janeiro de 2026, representa um marco na evolução das plataformas digitais e na proteção da privacidade.
Uma nova era de escolha digital
A partir de janeiro de 2026, os utilizadores do Facebook e Instagram na Europa terão acesso a uma opção completamente nova: continuar a ver publicidade com menor personalização, partilhando significativamente menos dados pessoais. Esta inovação surge como resposta às exigências do Digital Markets Act (DMA) e representa um avanço significativo na democratização do controlo de dados.
Até agora, os utilizadores enfrentavam apenas duas alternativas: aceitar a recolha completa de dados para publicidade personalizada ou pagar uma subscrição para usar as plataformas sem anúncios. O novo modelo intermédio elimina esta limitação, oferecendo maior flexibilidade e controlo.
Impacto económico e regulatório
Esta transformação não surge no vazio. Em abril, a Comissão Europeia aplicou uma multa de 200 milhões de euros à Meta, considerando que o anterior modelo "Pay or Consent" violava o DMA. A empresa enfrentava ainda o risco de sanções diárias que poderiam atingir até 5% do seu volume de negócios global.
A resposta da Meta demonstra como a inovação pode emergir da pressão regulatória, transformando desafios em oportunidades de melhoria. A Comissão Europeia já classificou esta reformulação como "um passo positivo", sinalizando uma nova fase nas relações entre as grandes tecnológicas e os reguladores.
Transparência e conformidade
Segundo a Meta, esta reformulação responde às exigências europeias em matéria de transparência, consentimento e minimização do tratamento de dados. O objetivo é alinhar completamente o funcionamento das suas plataformas com os princípios definidos no DMA, que estabelece regras mais rigorosas para as grandes plataformas digitais.
O processo de avaliação continuará, com a Comissão Europeia a monitorizar o impacto real do novo modelo, a sua adoção pelos utilizadores e o grau efetivo de conformidade com a legislação europeia. Bruxelas planeia recolher contributos de associações, anunciantes e entidades de proteção de dados para garantir que os princípios do DMA são respeitados na prática.
Novos desafios no horizonte
Paralelamente, a Meta enfrenta um novo inquérito aberto a 4 de dezembro, relacionado com a integração do Meta AI no WhatsApp. A Comissão Europeia investiga se existe uma estratégia para direcionar utilizadores para a tecnologia de inteligência artificial da própria empresa, o que poderia violar regras de concorrência.
Estes desenvolvimentos ilustram uma nova era na regulação das grandes plataformas digitais na Europa, onde a inovação tecnológica deve andar de mãos dadas com a proteção dos direitos dos utilizadores e a promoção de um mercado digital mais justo e transparente.