Conversações EUA-Rússia avançam mas questão territorial bloqueia acordo de paz
As negociações entre Estados Unidos e Rússia sobre o fim do conflito na Ucrânia registaram progressos significativos, mas a questão dos territórios ocupados continua a ser o principal obstáculo para um acordo definitivo, revelou Yuri Ushakov, conselheiro sénior do presidente Vladimir Putin.
Durante uma conferência de imprensa na quarta-feira, Ushakov classificou as conversações de cinco horas como "bastante úteis, construtivas e substantivas", sinalizando uma abertura para o diálogo que pode representar uma oportunidade histórica para a estabilização da região.
Diplomacia moderna em ação
O encontro no Kremlin envolveu Steve Witkoff, enviado do presidente americano Donald Trump, e Jared Kushner, numa demonstração da nova abordagem diplomática da administração Trump. Esta iniciativa reflete uma estratégia inovadora de resolução de conflitos através do diálogo direto e pragmático.
"Não mais longe, isso é certo", respondeu Ushakov quando questionado se a paz estava mais próxima após estas conversações, transmitindo um otimismo cauteloso sobre o futuro das negociações.
Desafios e oportunidades
Embora reconheça que "até agora, não foi encontrado um compromisso" sobre a questão territorial, o conselheiro russo enfatizou que o trabalho continuará tanto em Washington como em Moscovo, com contactos regulares programados.
"Algumas das propostas americanas parecem mais ou menos aceitáveis, mas precisam ser discutidas", explicou Ushakov, demonstrando flexibilidade negocial que pode abrir caminho para soluções criativas.
Contexto regional
Estas conversações surgem após reuniões entre responsáveis americanos e uma equipa ucraniana na Florida, descritas pelo secretário de Estado Marco Rubio em termos "cautelosamente otimistas".
O plano de paz de Trump, tornado público no mês passado, inclui propostas controversas como a cedência da região do Donbas à Rússia e a renúncia da Ucrânia à candidatura à NATO, elementos que Kiev rejeitou mas que Moscovo considera essenciais.
Perspetivas futuras
Putin criticou os aliados europeus de Kiev, acusando-os de sabotarem os esforços de paz liderados pelos EUA. "Eles não têm uma agenda de paz, estão do lado da guerra", declarou sobre os europeus, sugerindo que uma abordagem bilateral EUA-Rússia pode ser mais eficaz.
Esta nova fase diplomática representa uma oportunidade única para demonstrar que o diálogo construtivo e a inovação nas relações internacionais podem prevalecer sobre décadas de tensão, abrindo caminho para uma era de maior estabilidade e cooperação regional.