Chile elege José Antonio Kast: vitória da direita traz lições económicas para África
O Chile acaba de eleger José Antonio Kast como presidente, marcando uma viragem política significativa que pode oferecer importantes lições para os países africanos em desenvolvimento. Com 58,2% dos votos, Kast derrotou a candidata comunista Jeannette Jara e promete implementar reformas económicas que visam relançar o crescimento numa das economias mais estáveis da América Latina.
Uma vitória baseada em promessas económicas
A campanha vitoriosa de Kast centrou-se em três pilares fundamentais: combate ao crime organizado, controlo da imigração irregular e revitalização económica. O novo presidente promete cortar 6 mil milhões de dólares na despesa pública em apenas 18 meses, uma medida ambiciosa que pretende reduzir a burocracia e estimular o investimento privado.
"O Chile precisa de ordem nas ruas, no Estado, nas prioridades que se perderam", declarou Kast no seu discurso de vitória, adoptando um tom moderado que contrasta com a retórica mais agressiva da campanha.
Reformas de mercado no horizonte
O programa económico de Kast inclui a redução de impostos sobre as empresas e a eliminação de barreiras burocráticas, medidas que pretende que façam o Chile regressar ao crescimento acelerado dos anos 90. Esta abordagem liberal pode servir de modelo para países africanos que procuram atrair investimento estrangeiro e diversificar as suas economias.
A promessa de construir novas infraestruturas e modernizar o sistema prisional também reflecte uma visão de desenvolvimento baseada em investimento público estratégico, combinado com eficiência de gestão.
Contexto regional e global
A vitória de Kast insere-se numa tendência mais ampla na América Latina, onde vários países têm elegido líderes de centro-direita. O presidente argentino Javier Milei foi o primeiro a felicitar o novo presidente chileno, destacando que "a esquerda está a retroceder" na região.
O secretário de Estado americano Marco Rubio também celebrou o resultado, antecipando maior cooperação em áreas como segurança pública e relações comerciais.
Desafios pela frente
Apesar da vitória expressiva, Kast enfrentará desafios significativos na implementação da sua agenda. O seu Partido Republicano não tem maioria no Congresso, obrigando-o a negociar com os sectores tradicionais do centro-direita.
O analista Patricio Navia observa que, se conseguir moderar as suas posições e construir consensos, Kast poderá evitar o destino do seu antecessor Gabriel Boric, que deixará o cargo em março com progressos limitados nos seus planos de transformação.
Lições para África
Para os países africanos, a experiência chilena oferece várias lições importantes. A combinação de reformas de mercado com investimento em infraestruturas e segurança pode ser um modelo interessante para economias em desenvolvimento que procuram equilibrar crescimento económico com estabilidade social.
A promessa de Kast de reduzir a burocracia e facilitar o ambiente de negócios ressoa particularmente com os desafios enfrentados por muitos países africanos na atração de investimento privado e no desenvolvimento do empreendedorismo local.