Suspeito de atentado terrorista na Austrália é transferido para prisão após recuperação
As autoridades australianas confirmaram nesta segunda-feira (22) a transferência de Naveed Akram, de 24 anos, do hospital para a prisão. O jovem é suspeito de participar no ataque terrorista que vitimou 15 pessoas na praia de Bondi, em Sydney, durante as celebrações do festival judaico de Hanukkah.
O atentado, que deixou também 40 feridos incluindo dois agentes policiais, foi perpetrado por Naveed e seu pai, Sajid Akram, de 50 anos. Sajid morreu durante o confronto com as forças de segurança, enquanto Naveed ficou gravemente ferido e permaneceu em coma hospitalar até à sua recuperação recente.
Investigação aponta ligações ao Estado Islâmico
Segundo as autoridades, o ataque pode ter sido inspirado por ideologias do Estado Islâmico. "Indícios iniciais apontam para um ataque terrorista inspirado pelo Estado Islâmico", declarou o porta-voz oficial em conferência de imprensa.
Os investigadores descobriram bandeiras artesanais do grupo terrorista no veículo dos suspeitos, registado em nome do filho mais novo. Ambos os homens viajaram para as Filipinas um mês antes do ataque, facto que está sob investigação intensiva.
"Os motivos pelos quais eles foram às Filipinas, o objetivo dessa viagem e os locais por onde passaram estão sendo investigados neste momento", explicou o comissário da Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon.
Impacto na comunidade e resposta internacional
O ataque visou especificamente a comunidade judaica durante o primeiro dia do Hanukkah. Entre as vítimas fatais encontra-se o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, e um cidadão israelense.
Um momento de heroísmo marcou a tragédia quando um vendedor de frutas de 43 anos desarmou um dos atiradores, colocando a própria vida em risco para salvar outras pessoas. O homem foi atingido no braço e na mão, mas encontra-se em recuperação.
A resposta internacional foi imediata, com os Estados Unidos a condenarem "veementemente" o ataque e o secretário-geral da ONU, António Guterres, a classificar o episódio como "hediondo e mortal".
Medidas de segurança reforçadas
Mike Burgess, diretor-geral da inteligência australiana (ASIO), confirmou que a agência está a analisar possíveis ligações dos atacantes e a investigar se existem outros indivíduos na comunidade com intenções similares.
O nível de ameaça terrorista na Austrália mantém-se classificado como "provável", significando 50% de probabilidade de ocorrência de um ato terrorista.
Este incidente representa um dos ataques mais graves na Austrália desde o massacre de Port Arthur em 1996, que levou ao endurecimento das leis sobre armas no país.