Terroristas Mataram 16 Professores em Cabo Delgado em Oito Anos
ONP revela morte de 16 professores em ataques terroristas em Cabo Delgado, com milhares de deslocados e grave impacto no sistema educacional da região.
Escola abandonada em Cabo Delgado após ataques terroristas em Moçambique
Em meio à crescente onda de violência terrorista em Cabo Delgado, pelo menos 16 professores foram mortos nos últimos oito anos, revelou a Organização Nacional dos Professores (ONP) de Moçambique.
Impacto na Educação e Deslocamentos Forçados
Em mensagem enviada ao governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, por ocasião do Dia do Professor Moçambicano, celebrado em 12 de outubro, a ONP destacou que além das mortes, diversos educadores foram forçados a abandonar suas residências e trabalho devido aos ataques.
A situação tem se agravado com professores sendo obrigados a retornar às suas atividades em áreas de risco, mesmo com condições precárias de segurança nos distritos afetados.
Crise Humanitária em Expansão
De acordo com relatórios da ONU, todos os 17 distritos da província de Cabo Delgado foram afetados pelo conflito, resultando no deslocamento de 1,3 milhão de pessoas desde o início dos ataques jihadistas em outubro de 2017.
A situação tem se mostrado especialmente crítica nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe, Macomia e Palma, onde professores e suas famílias necessitam urgentemente de proteção social.
Expansão da Violência
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) alerta para a expansão da violência para outras regiões, especialmente para os distritos costeiros de Nampula. Nas últimas duas semanas, aproximadamente 40.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas em Cabo Delgado e Nampula devido às incursões jihadistas.
"A vida é difícil para nós. Mesmo assim, somos forçados a retornar", relatou um professor citado pela ONP.
Celina Mucavele
Economista e editorialista moçambicana, especialista em políticas públicas e reformas econômicas na África Austral.