Professores Denunciam Atrasos no Pagamento de Horas Extras em Moçambique
Associação Nacional dos Professores denuncia estratégia governamental para adiar pagamento de horas extras, alertando para possível impacto nos exames finais.
Professores moçambicanos protestam contra atrasos no pagamento de horas extras em frente ao Ministério da Educação
A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) acusa o governo moçambicano de utilizar táticas dilatórias para evitar protestos durante o período de exames finais. Esta situação surge em meio a uma crescente crise na gestão do funcionalismo público.
Promessas Não Cumpridas
Marcos Mulima, vice-presidente da ANAPRO, revelou que o Presidente Daniel Chapo havia prometido regularizar o pagamento das horas extras até o final do primeiro semestre deste ano. No entanto, assim como outras promessas governamentais questionadas pela sociedade civil, o compromisso não foi honrado.
Estratégia Governamental Questionada
A ministra das Finanças, Carla Fernandes, afirmou recentemente que os pagamentos estão sendo realizados em fases, sem especificar detalhes do cronograma ou locais de implementação. Esta falta de transparência tem gerado desconfiança entre os profissionais da educação, que veem na situação uma necessidade urgente de reformas na gestão pública.
"A ANAPRO percebe que o Governo sempre inicia com discursos de ilusão acerca das horas extras sempre que tendemos ao final do ano lectivo, por receio de greves esporádicas", afirmou Marcos Mulima ao Canalmoz.
Dimensão da Dívida
Segundo análises da associação, o governo não conseguiu cobrir nem 20% da dívida total, considerando os cinco meses de 2023, dez meses de 2024 e os oito meses de 2025 ainda pendentes de pagamento. Esta situação ameaça comprometer a qualidade do ensino e a estabilidade do sistema educacional moçambicano.
Celina Mucavele
Economista e editorialista moçambicana, especialista em políticas públicas e reformas econômicas na África Austral.