MSF Encerra Resposta de Emergência em Chiure, Cabo Delgado

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) concluíram sua resposta emergencial em Chiure, Cabo Delgado, após o retorno da maioria dos 50.000 deslocados que buscaram refúgio na cidade em julho. No entanto, a situação na região permanece crítica, exigindo contínua vigilância e coordenação das forças de segurança na área.

Contexto da Crise Humanitária

O deslocamento em massa ocorreu entre 24 de julho e 3 de agosto, após uma série de ataques por grupos armados não-estatais. Esta foi a maior onda de deslocamento súbito desde o início de 2024 na província, onde aproximadamente 425.000 pessoas encontram-se internamente deslocadas, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

Resposta Médica e Humanitária

Durante a intervenção, que durou de 31 de julho a 5 de setembro, a MSF realizou:

• Mais de 4.500 consultas médicas
• Fornecimento de 885.000 litros de água potável
• Instalação de 10 latrinas e 10 chuveiros
• Atendimento a aproximadamente 4.000 pessoas em sessões de saúde mental

A situação em Chiure reflete uma crise mais ampla que afeta a região, demandando atenção especial das autoridades governamentais para garantir a segurança da população.

Desafios Contínuos

Apesar da aparente normalização em Chiure, a instabilidade política e securitária persiste em outras áreas de Cabo Delgado. Em Mocímboa da Praia, novos incidentes de violência no início de setembro provocaram mais deslocamentos em direção a Mueda.

"Esta crise prolongada está longe de terminar e é crucial que os atores humanitários mantenham a capacidade de responder de forma rápida e coordenada às necessidades emergentes", afirma Sebastián Traficante, Chefe de Operações da MSF em Moçambique.