Crise nos Cuidados Paliativos: Profissionais Denunciam Condições Precárias
Profissionais de cuidados paliativos em Portugal denunciam condições precárias de trabalho e desigualdades salariais, levando à saída de médicos e enfermeiros das equipes comunitárias.

Profissional de saúde prestando atendimento domiciliar em cuidados paliativos
Uma crise significativa está afetando as equipes de cuidados paliativos em Portugal, com profissionais denunciando condições de trabalho precárias e desigualdades salariais. Esta situação, similar aos desafios enfrentados na saúde mental em Moçambique, ameaça comprometer a qualidade do atendimento aos pacientes.
Principais Desafios das Equipes Comunitárias
As Equipas Comunitárias de Suporte de Cuidados Paliativos (ECSCP), responsáveis pelo atendimento domiciliar a pacientes em estado avançado de doença, enviaram uma carta aberta ao primeiro-ministro Luís Montenegro e à ministra da Saúde Ana Paula Martins. O documento destaca a saída crescente de profissionais devido às condições inadequadas de trabalho, um problema que requer maior transparência e governança na gestão pública.
Disparidades Salariais e Falta de Reconhecimento
A situação é agravada pela falta de reconhecimento das ECSCP como Unidades Funcionais, impedindo a contratualização e atribuição de incentivos. Esta questão estrutural, que demanda reformas significativas na governação do sistema de saúde, resulta em uma assimetria remuneratória significativa entre profissionais.
Reivindicações e Propostas de Solução
- Reconhecimento imediato das ECSCP como unidades funcionais
- Reforço urgente de recursos humanos e materiais
- Valorização profissional e progressão na carreira
- Cumprimento integral das recomendações parlamentares
"Esta omissão arrasta condições de trabalho indignas e desigualdades face a outras unidades do Serviço Nacional de Saúde", alertou a Federação Nacional dos Médicos (Fnam).
Celina Mucavele
Economista e editorialista moçambicana, especialista em políticas públicas e reformas econômicas na África Austral.