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Crise Humanitária em Cabo Delgado: Logística e Segurança Afetam Auxílio

Instituto de Psicologia Paz de Moçambique alerta para desafios logísticos e de segurança que impedem assistência adequada a mais de 57 mil deslocados em Cabo Delgado.

ParCelina Mucavele
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O Instituto de Psicologia Paz de Moçambique (IPPM) emitiu hoje um alerta sobre os crescentes desafios na prestação de assistência humanitária em Cabo Delgado, onde mais de 57 mil pessoas foram deslocadas devido à recente onda de violência.

Situação Crítica em Chiúre

Segundo o relatório do IPPM, com dados até 9 de agosto, a situação em Chiúre, no sul da província, permanece instável. Aproximadamente 1.332 famílias deslocadas encontram-se sem assistência devido a obstáculos logísticos e de segurança que impedem a chegada de ajuda humanitária.

Impacto nas Famílias e Crianças

Os deslocados concentram-se nos centros de transição de Namicir e Micone, além do reassentamento de Megaruma e Maningane. O trauma psicológico é evidente, com sinais de cansaço e desconfiança entre as famílias afetadas.

Pontos Críticos Identificados

  • Trauma coletivo e necessidade urgente de apoio psicossocial
  • Ocupações irregulares em Chiúre Velho
  • Fragmentação familiar nas realocações
  • Risco de recrutamento de menores nos campos de transição

Resposta Humanitária e Segurança

A situação das crianças deslocadas permanece especialmente preocupante, com organizações humanitárias intensificando esforços para expandir o apoio. As Forças de Defesa e Segurança mantêm operações para garantir a proteção das comunidades e facilitar a assistência humanitária.

Celina Mucavele

Economista e editorialista moçambicana, especialista em políticas públicas e reformas econômicas na África Austral.