Politics

Cabo Delgado: Mais de 57 Mil Deslocados em Nova Onda de Violência

OIM reporta mais de 57 mil deslocados em Cabo Delgado desde julho devido a novos ataques extremistas. Crise humanitária se intensifica com milhares de famílias buscando refúgio.

ParCelina Mucavele
Publié le
#mocambique#cabo-delgado#crise-humanitaria#deslocados#conflito-armado#oim#africa#seguranca
Image d'illustration pour: Cabo Delgado: OIM Anuncia Mais de 57 Mil Deslocados Desde o Dia 20 de Julho

Deslocados internos em Cabo Delgado caminham em busca de refúgio após novos ataques extremistas

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) reportou que mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho em Cabo Delgado, norte de Moçambique, devido à intensificação de ataques extremistas. Esta nova crise humanitária agrava a já difícil situação das famílias vulneráveis na região.

Impacto Humanitário Crescente

Segundo o relatório da OIM, que cobre o período de 20 de julho a 3 de agosto, aproximadamente 57.034 indivíduos, representando 13.343 famílias, foram forçados a abandonar suas casas. Entre os deslocados encontram-se:

  • 490 mulheres grávidas
  • 1.077 idosos
  • 191 pessoas com problemas de mobilidade
  • 126 crianças

Desafios Econômicos e Infraestruturais

A região de Cabo Delgado, rica em recursos naturais e crucial para o desenvolvimento energético de Moçambique, enfrenta uma crise que compromete seu potencial econômico. A situação tem impacto direto no desenvolvimento regional e nas relações comerciais da África Austral.

Necessidades Urgentes

Os agentes humanitários no terreno identificaram como prioridades imediatas:

  • Alimentação como necessidade mais urgente
  • Abrigo para as famílias deslocadas
  • Produtos não alimentares essenciais

Do total de deslocados, 22.939 pessoas encontraram refúgio em Namisir e 27.558 em Micone, na vila sede do distrito de Chiúre. Muitas pessoas percorreram mais de 50 quilômetros através da mata, dia e noite, buscando segurança.

Extensão da Crise

A violência, que teve início em outubro de 2017, já causou milhares de mortes e mais de um milhão de deslocados internos. Em abril, os ataques se estenderam à província vizinha do Niassa, afetando áreas de conservação ambiental e comunidades locais.

Celina Mucavele

Economista e editorialista moçambicana, especialista em políticas públicas e reformas econômicas na África Austral.